As músicas escolhidas foram “Desgarrados” e “Esquilador”.
A cada estrofe “desvendada” pela menina de apartamento se tornava uma nova gaveta de emoção, compreensão e vontade de quero mais que se abria naquele cérebro que ainda teria muito o que conhecer.
Foi nesse dia que eu descobri que a geografia vai muito alem de mapas, relevo e clima. A geografia é muito mais do que se possa imaginar. Eu fiz a minha escolha, e agradeço de todo o meu coração ao professor Mário que conseguiu de uma maneira sutil e despretensiosa tocar o coração de uma turma com 28 alunos com idade média de 16 anos.
Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E são pingentes das avenidas da capital
Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
E então são tragos, muitos estragos, por toda a noite
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho
Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será
Cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso
Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço,
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos
Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho
Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será
Esquilador
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E são pingentes das avenidas da capital
Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
E então são tragos, muitos estragos, por toda a noite
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho
Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será
Cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso
Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço,
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos
Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho
Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será
Esquilador
Quando é tempo de tosquia
Já clareia o dia com outro sabor (bis)
As tesouras cortam em um só compasso
Enrijecendo o braço do esquilador
Um descascarreia outro já maneia
E vai levantando para o tosador (bis)
Avental de estopa, faixa na cintura
E um gole de pura prá espantar o calor
Alma branca igual ao velo
Tosando a martelo quase envelheceu
Hoje perguntando para a própria vida
Prá onde foi a lida que ele conheceu
Quase um pesadelo arrepia o pêlo
Do couro curtido do esquilador (bis)
Ao cambiar de sorte levou cimbronaço
Ouvindo o compasso tocado a motor
A vida disfarça ouvindo a comparsa
Quando alinhavava o seu próprio chão (bis)
Envidou os pagos numa só parada
33 de espada mas perdeu de mão
Nesta vida guapa vivendo de inhapa
Vai voltar aos pagos para remoçar (bis)
Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira
Volte prá fronteira para se encontrar
Volte prá fronteira para se encontrar
Já clareia o dia com outro sabor (bis)
As tesouras cortam em um só compasso
Enrijecendo o braço do esquilador
Um descascarreia outro já maneia
E vai levantando para o tosador (bis)
Avental de estopa, faixa na cintura
E um gole de pura prá espantar o calor
Alma branca igual ao velo
Tosando a martelo quase envelheceu
Hoje perguntando para a própria vida
Prá onde foi a lida que ele conheceu
Quase um pesadelo arrepia o pêlo
Do couro curtido do esquilador (bis)
Ao cambiar de sorte levou cimbronaço
Ouvindo o compasso tocado a motor
A vida disfarça ouvindo a comparsa
Quando alinhavava o seu próprio chão (bis)
Envidou os pagos numa só parada
33 de espada mas perdeu de mão
Nesta vida guapa vivendo de inhapa
Vai voltar aos pagos para remoçar (bis)
Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira
Volte prá fronteira para se encontrar
Volte prá fronteira para se encontrar


